Os Arcos Dourados Estão Apagando?O McDonald's, um ícone global do fast-food, relatou recentemente sua maior queda nas vendas em lojas comparáveis nos EUA desde o auge da pandemia de COVID-19. A empresa registrou uma queda de 3,6% no trimestre encerrado em março, uma retração atribuída, em grande parte, à incerteza econômica e à menor confiança do consumidor devido às políticas tarifárias do presidente Donald Trump. Esse desempenho indica que a natureza imprevisível da guerra comercial está levando os consumidores a reduzir os gastos não essenciais, impactando diretamente até setores aparentemente resilientes como o de fast food, devido à redução nas visitas dos clientes.
A ligação entre o enfraquecimento da confiança do consumidor e os números concretos de vendas é evidente, já que analistas econômicos observam a conversão de dados suaves em dados duros. Embora alguns comentaristas sugiram que os aumentos de preços do McDonald's contribuíram para a queda nas vendas, o momento do declínio coincide diretamente com um período de maior ansiedade relacionada às tarifas e com a contração da economia dos EUA no primeiro trimestre. Isso sugere que, embora os preços sejam um fator, o ambiente macroeconômico mais amplo, moldado pelas tensões comerciais, desempenha um papel fundamental.
Como resposta, o McDonald's está destacando ofertas acessíveis para atrair e reter clientes que enfrentam um cenário econômico desafiador. As dificuldades da empresa refletem as de outras empresas do setor de hospitalidade, que também relatam uma queda nos gastos dos consumidores com refeições fora de casa. A situação do McDonald's é um exemplo claro de como políticas comerciais complexas e a incerteza econômica resultante podem ter consequências amplas, afetando diversos setores e alterando o comportamento do consumidor em um nível fundamental.
Tradewar
Por que as ações da 3M subiram apesar das ameaças tarifárias?As ações da gigante industrial 3M Co. registraram um aumento significativo após a divulgação dos resultados financeiros do primeiro trimestre de 2025. O salto foi impulsionado principalmente pelo fato de a empresa ter reportado lucros ajustados e receita líquida total acima das expectativas de Wall Street. Esse desempenho demonstrou uma posição operacional mais robusta do que os analistas previam.
Os resultados positivos derivam de vários fatores-chave destacados no relatório. A 3M apresentou um crescimento orgânico sólido das vendas e obteve uma notável expansão da margem operacional ajustada. Essa melhoria nas margens reflete a eficácia das iniciativas contínuas de redução de custos da gestão e o foco estratégico na eficiência operacional, contribuindo diretamente para o crescimento de dois dígitos no lucro por ação durante o trimestre.
Embora a empresa tenha alertado sobre possíveis impactos futuros no lucro de 2025 devido ao aumento das tensões comerciais globais e ameaças tarifárias, a gestão também detalhou estratégias proativas para mitigar esses riscos. Os planos incluem ajustes na cadeia de suprimentos, ações de precificação e a utilização de sua rede global de manufatura, com potencial aumento da produção nos EUA. A empresa manteve sua projeção de lucro ajustado para o ano inteiro, destacando que essa perspectiva já incorpora os impactos tarifários esperados. Os investidores provavelmente reagiram positivamente à combinação de um desempenho trimestral robusto e medidas claras para superar os desafios identificados.
Com tarifa de 245% dos Estados Unidos na China, ouro explodeA tensão comercial entre Estados Unidos e China voltou ao centro das atenções dos mercados globais após declarações contundentes do presidente norte-americano Donald Trump, sinalizando a possibilidade de tarifas de até 245% sobre produtos chineses, em resposta a uma série de medidas retaliatórias implementadas por Pequim. A decisão de intensificar a guerra tarifária não apenas reacendeu o apetite por ativos de proteção como também colocou pressão renovada sobre as projeções de crescimento global, num momento em que o mundo já demonstrava sinais de desaceleração econômica.
Trump justificou a medida com base em supostos riscos à segurança nacional, alegando que a dependência dos EUA em relação à importação de minerais processados críticos e seus derivados tornaria o país vulnerável. Paralelamente, a Casa Branca anunciou uma investigação formal para avaliar os impactos dessa dependência estratégica, sobretudo no contexto da cadeia de suprimentos global. A China, por sua vez, respondeu com aumento nas tarifas sobre produtos norte-americanos e com novas restrições à exportação de terras raras, metais essenciais à fabricação de componentes eletrônicos e tecnologias de ponta. O movimento é considerado por analistas como um passo deliberado para afetar setores estratégicos da economia americana, incluindo energia, tecnologia e defesa.
Esse cabo de guerra tarifário trouxe implicações imediatas. Segundo estimativas internas da Organização Mundial do Comércio (OMC), o fluxo comercial bilateral entre as duas maiores economias do planeta já apresenta retração estimada de 80%, uma cifra que escancara não apenas a magnitude do conflito, mas também o risco de fragmentação da economia global em blocos comerciais distintos, guiados por afinidades geopolíticas em detrimento da lógica de eficiência econômica.
O impacto dessa escalada tarifária já começou a se refletir nos indicadores macroeconômicos. A agência Fitch Ratings publicou uma atualização extraordinária do seu relatório trimestral Global Economic Outlook, revisando para baixo as previsões de crescimento global. A estimativa de expansão da economia mundial em 2025 foi reduzida em 0,4 ponto percentual, enquanto China e Estados Unidos tiveram suas projeções revisadas negativamente em 0,5 ponto percentual cada. A Fitch classificou esse cenário como o mais fraco desde 2009, excluindo os anos diretamente afetados pela pandemia. Essa revisão não só reflete os danos de curto prazo nas cadeias produtivas, como também antecipa uma mudança estrutural nos padrões de consumo, investimento e fluxo de capitais internacionais.
Em meio a esse cenário de incerteza, o ouro voltou a brilhar como ativo de proteção por excelência. O XAU/USD alcançou a marca histórica de US$ 3.333,10 por onça na tarde desta quarta-feira em Nova York, estabelecendo um novo recorde nominal. A forte valorização reflete não apenas o temor de uma recessão global, mas também as expectativas de que o Federal Reserve possa adotar uma postura mais flexível nos próximos meses, especialmente diante da combinação entre desaceleração econômica e instabilidade geopolítica. A curva futura de juros dos Treasuries já precifica cortes de 50 pontos-base até o final do ano, o que favorece ainda mais a demanda por metais preciosos.
É importante destacar que o movimento de alta do ouro ocorre num ambiente de enfraquecimento progressivo do dólar e queda das taxas reais — dois dos principais vetores de valorização do metal. A combinação entre inflação persistente em algumas regiões, crescimento estagnado e aumento da aversão ao risco cria o cenário ideal para que o ouro desempenhe seu papel tradicional como reserva de valor. Além disso, com a confiança do consumidor americano em queda acentuada e os PMIs industriais globais patinando em território contracionista, aumenta a probabilidade de que bancos centrais optem por medidas mais acomodatícias nos próximos trimestres, o que fortalece ainda mais a tese de valorização contínua do ouro.
Olhando para frente, os desdobramentos da guerra comercial entre EUA e China deverão permanecer como vetor central da narrativa macro nos mercados. A falta de previsibilidade nas decisões políticas, somada à ausência de uma solução diplomática concreta, deve manter elevada a volatilidade nos mercados de câmbio, commodities e renda variável. Investidores institucionais e gestores de fundos começam a revisar seus modelos de risco e alocação, ajustando suas carteiras diante de um cenário que combina estagflação, protecionismo e realinhamento geopolítico.
Nesse contexto, o ouro deixa de ser apenas um ativo de hedge e passa a ser encarado como uma âncora estratégica dentro dos portfólios globais. A narrativa da "desdolarização silenciosa" ganha força, impulsionada pela diversificação das reservas internacionais por parte de bancos centrais asiáticos e do Oriente Médio. Ao mesmo tempo, setores ligados à mineração e infraestrutura crítica podem ganhar protagonismo diante da corrida por autonomia estratégica e resiliência industrial, especialmente entre os países do G7.
A escalada da guerra comercial, longe de ser um episódio pontual, parece se consolidar como um novo capítulo da ordem econômica global — uma era em que o protecionismo, a fragmentação e a busca por segurança estratégica definem os rumos da política internacional e dos mercados. E, nesse novo tabuleiro, o ouro reafirma seu papel histórico como refúgio, símbolo de confiança e reserva de valor em tempos de turbulência.
A PRÓXIMA BOLHA - PARTE 2Dando continuidade sobre o assunto iniciado no texto de ontem, um fato que ocorreu hoje foi em direção à minha tese. Hoje, dia 11.12.2019, o Banco Central do Brasil, aliás, o COPOM (Conselho de Política Monetária) baixou novamente os juros.
Agora, a taxa Selic passa a ser de 4,5% ao ano. Um recorde histórico dentro da Economia Brasileira. Claro que o Presidente do Banco Central e os Conselheiros não estão fazendo estapafúrdias no Sistema Econômico. Ter os juros baixos é um elemento que impulsiona a Economia.
Mas, todo remédio tem seus efeitos colaterais que dependendo do organismo do paciente pode ser pior ou mais ameno. Abaixar os juros é ótimo. Mas tem seus efeitos.
Um dos principais são os reajustes contratuais. Como o histórico da política de juros no Brasil sempre foi alta, estamos acostumados que toda correção monetária e reajuste se dê com aumento.
Talvez, pela primeira vez na história, iremos ver reajustes extremamente baixos. Se os juros continuarem diminuindo podemos chegar a reajustes negativos.
Você adquire um bem pagando sobre ele impostos e juros caso pague a prestação. Se o empréstimo dura anos e é estabelecido em contrato o reajuste de acordo com a Selic, ao invés das suas prestações aumentarem, elas irão estagnar ou diminuir, afinal, os juros que você pagava eram maiores no momento da compra, agora são bem menores.
Um Banco emprestou para um cidadão e contava com a incidência de juros ao menos 6% ao ano. Logo após, o Banco faz um novo empréstimo sobre o valor que ele acha que vai receber do primeiro tomador. Mas nem o primeiro irá pagar o valor estimado quanto o segundo.
A alavancagem dos Bancos causará uma explosão na Economia quando os mesmos tiverem que suprir todas as dívidas.
Serão rebaixados tudo que se atrela aos juros. Valor de imóveis, aluguel, juros decorrentes de empréstimos, prestação de serviços, contratos de Obras, etc.
O caos surgirá quando os lucros estimados se tornarem na realidade custos e prejuízos. O problema das bolhas financeiras é que elas são invisíveis e silenciosas. Quando se dão conta que explodiram já aconteceu a tempos e só resta recolher os cacos.
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