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IRBR3 e o Mito do Retorno ao Ponto de Origem

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BMFBOVESPA:IRBR3   IRB(RE) ON NM
Caros Traders, esta lenta correção do IBOV nos obriga a ter ainda mais cautela nas recomendações de compra e na extensão dos alvos possíveis até que fique claro uma retomada dos preços numa tendência de alta ou se confirme uma ameaça real de reversão da tendência vigente. Por este motivo, embora tenha algumas poucas sugestões de novos estudos técnicos para compra de ações prefiro esperar sinais mais claros de direção e força.

Na ausência de mais claras oportunidades, tal momento me pareceu oportuno para apresentar aqui algumas considerações no que se refere as expectativas observadas em relação a alguns ativos que mesmo sem manifestar qualquer performance favorável continuam no radar dos traders.

Tenho consciência de que este post não é algo “popular” pois seu conteúdo agride o sistema mental de “convicção/expectativa/medo/esperança” que domina o imaginário da maioiria dos traders e que resulta em momentos de impulso ou paralisia diante da dança dos candles, mesmo em tempos gráficos tão largos como o de quatro horas ou diário.

Caso algum possível leitor deste texto tenha se identificado com estes vícios e virtudes mentais e comportamentais quero dizer que não está sozinho, pois em diferentes graus de intensidade e temperatura, a maioria de nós, traders, padecemos do mesmo mal. Por este motivo faz-se necessário tomar consciência de nossas vulnerabilidades para que nossos resultados sejam compatíveis com nossas expectativas. É necessário tempo de rodagem, de estudo, de desenvolvimento de sistemas, de conceitos, tudo isso exaustivamente testado em simulador, até que tenhamos uma série historica de acertos superior às operações Loss. Operar ações não se insere no universo de uma Ciência Exata: nosso resultado operacional é a diferença entre as operações positivas e aquelas não tão bem sucedidas.

Para ilustrar tais vícios mentais e comportamentais quero explorar a fixação que os traders em operar alguns ativos com paralisia em suas respectivas performances. Observo vários que estão presentes nos diversos espaços de discussão e que comumente levam aos mesmos erros. Tratam-se de ativos que sofreram uma queda brusca, caindo muitas vezes ao ponto de valer até 10% de seu valor de mercado meses antes desta queda. O vício mental há tempos é sempre o mesmo:

“… não pode ser que caia mais. Se o ativo caiu tanto assim e sendo uma empresa sólida e operacional, este preço deverá subir em algum momento ao mesmo valor de resultar em espetacular lucro…”

Contudo não é assim que ocorre na imensa maioria das vezes. Os ativos quando caem desta forma invariavelmente necessitam de tempo para reconfigurar e criar uma nova oportunidade de compra. Tal oportunidade surge no momento em que uma série de topos e fundos são formados, seja qual for o tempo gráfico utilizado pelo trader, até que uma nova posição de compra ofereça segurança operacional. Isso pode durar até anos!

O que ocorre de fato é que as configurações de venda ao permanecerem ativas, provocam novas ondas de perdas aos comprados e assim sucessivamente, minando suas forças lentamente, mas não sem antes provocando novas penas por meio do caórdico sistema “convicção/expectativa/medo/esperança” que torna turva a visão e os pensamentos.

Por fim, em algum momento ao longo desta jornada, o trader vê o ativo começar uma nova onda de valorização, esta sim verdadeira, mas sua confiança está abalada e ele fica de fora, sofrendo ainda mais com esta situação.

Tudo isso representa uma experiência extremamente dura mas mesmo assim muitos traders na esperança de recuperar suas economias voltam a fazer “OPERAÇÕES DE FUNDO OU DE TOPO DE GRÁFICO” sempre na esperança de numa operação heróica reaverem suas economias anteriormente consumidas.

Meus caros, espero deixar aqui minha contribuição para esta reflexão, percebam que muitos traders que foram surpreendidos pela irresponsável ausência de stop, este não apregoado, ou mesmo pelo fato de seus stops não ativados por gaps abissais, por teimosia ou desconhececimento seguem até as profundezas com suas posições, e quando lá estacionam alimentam o MITO DO RETORNO AO PONTO DE ORIGEM. Tal mito concorre para o fato de da fixação disseminada em ativos em estado vegetativo, tais com IRBR3.

Sim, IRBR3.

Sei que neste momento será ativada a ira de muitos traders que infelizmente vêm posicionados lá dos 40,00 reais além daqueles que pegaram a “faca caindo” no meio do caminho e já carregam perdas dilacerantes.

Sei que haverá ainda a ira daqueles que observam o ativo em zonas remotas e tem a esperança de perpetrarem o “ melhor negócios de suas vidas” sem que isso nunca venha a ocorrer.

Para todos estes eu digo que não faz o menor sentido “comprar fraqueza”. Fundos e topos ascendentes que venham a se desenvolver ao longo do tempo voltarão a reconfigurar força e mesmo que tal posição venha e estopar pelo menos foi uma tentativa válida e a próxima certamente condizirá a vitória.

Basta retirar todos os indicadores e linhas e ficará fácil verificar que em IRBR3 não acontece nada a não ser um desprezível range manifesto em movimento lateral que não levará a uma valorização que outro ativo mais bem configurado, numa posição de força, não venha a resultar.

Tal valorização extraordinária só poderá acontecer em caso de notícia capaz de corromper a configuração vigente tranformando-a em compra de forma instantânea. Isso só ocorre uma vez na vida outra na morte. Mais barato seria jogar na loteria tal trade não passaria mesmo de um jogo caro.

Ademais, no meu sistema e conceito operacional as nuvens apresentam uma forte resistência na região dos 7,50/8,50 e se cair terá um desafio ainda maior para superar a região dos 5,50. Tudo isso é promessa de mais movimentos laterais ainda mais duradouros

Tanta atenção dedicada a ações com IRBR3, AZUL E CVC, para não me referir a outras menos na “moda” só dificultam aos traders encontrarem oportunidades que se formam em outros ativos onde há força.

Resultados excepcionais são possíveis de ocorrer. Recentemente identifiquei uma entrada que me trouxe muita satisfação em MWET4 ( ). Os candles avançaram para além do ponto da reealização final gerando ganhos de 175%.

Trade raro porém consciente, afinal não foi no fundo e as nuvens estavam perfeitamente alinhadas de forma que ficou atrativo o risco x retorno da operação

Por fim, apelo para que os jovens traders, sobretudo aos novos CPFs que estão descobrindo a Bolsa e o Forex, não caiam no MITO DO RETORNO AO PONTO DE ORIGEM. Definitivamente não há almoço de graça e um trade mitológico de um ganho fantástico nunca ocorrerá num fundo perfeito mas numa “configuração perfeita” que só poderá ser identificada com trabaho, estudos, lucidez, técnica e muita paciência

31/08/2020

Ethos Trader
Trade ativo:
Link original para o trade de MWET4:
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Trade fechado: objetivo atingido
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