Quem acompanha diariamente meus textos deve ter percebido que fiquei dois dias sem publicar nada. Não foi por indisciplina e falta de consistência. É que 2020 não começou muito bem para minha família.
Meu primo, que era piloto de parapente, sofreu um acidente e faleceu. Ele tinha apenas 33 anos de idade. Um vento incomum foi de encontro a asa do aparelho dele e a dobrou fazendo com que ele caísse de uma altura de cerca de 60 metros.
Ele se chocou contra uma rocha e quebrou várias partes do corpo. Os bombeiros foram acionados e desceram por cordas, mas ele não resistiu aos ferimentos.
Foi o velório mais triste que fui na vida. Desde alguns anos não tínhamos mais contato, mas somos da mesma idade, passamos a infância juntos, fui no casamento dele e me deu uma tristeza profunda ver a esposa dele enterrá-lo.
Ele era muito saudável. Praticava vários esportes radicais e gostava de aventura. Tinha experiência em vôos de parapente há quatro anos e estava estudando para ser instrutor. Ele era muito bem sucedido em sua área e tinha muitos planos.
Ver alguém tão jovem ir embora de maneira tão brusca faz nos sentir pequenos. Uma sensação de que algo importante foi interrompido e que não deveria ter acontecido me surgiu. Não é possível descrever com palavras o tamanho da dor e da tristeza.
Não há desculpas para você não lutar pelos seus sonhos. Não há desculpa para você não fazer o que ama. A vida é curta demais para vivermos emaranhados em paradigmas e preconceitos medíocres.
Não existe nada que nos proteja da morte. Nosso EGO é a parte mais cega e ignorante que temos. Somos nada.
Existe um provérbio Italiano que diz: No final do Jogo, o peão e o Rei vão para a mesma caixa.
Onde estão os grandes Faraós do Egito Antigo ? Onde estão os grandes Reis da Europa ? Onde está Hitler e Mao Tsé Tung? Onde estão Napoleão Bonaparte e Winston Churchill ?
O túmulo silencia qualquer voz, destrói qualquer arrogância, apaga qualquer poder ou riqueza.
Que em 2020 possamos dar valor ao que realmente importa na vida.
Meus sinceros sentimentos pela perda. Em 1990, eu tive a oportunidade de participar do pré mundial de voo livre no pico do Ibituruna em Minas Gerais, porém trabalhando na parte de TI e no sistema que contabilizava a pontuação de cada prova do dia. Fiz diversos amigos, inclusive um deles, o nosso querido campeão mundial o Pepê, que veio também a falecer no ano seguinte após uma queda semelhante a descrita por você. Pelo que ouvi diretamente dele, apesar dos riscos, aquilo o mantinha vivo e o fazia sonhar diariamente. Apesar da dor pela sua partida, ficou a lembrando de um cara que lutou pelos seus sonhos e os tornou realidade. Apesar de não conhecer, vou te chamar de amigo, portanto, FORÇA MEU AMIGO. :)
Grafistas
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@Alexpc3107, Obrigado. Eu que devo chamá-lo de amigo. Você mencionou algo muito importante e que me fez pensar muito a respeito. Se existe a possibilidade do Parapente sofrer um choque de um vento e dobrar a asa provocando a queda, porque ainda não inventaram algum sistema para que isso não mais ocorra ? Os amigos pilotos do meu primo estiveram no velório e falaram que isso é algo muito atípico de ocorrer. Ora, pode ser atípico mas existe a possibilidade que ocorra. Não entendi porque não resolver esse problema já que alguns pilotos já morreram por essa causa, como o meu primo e o Pepê ?
Alexpc3107
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@Grafistas, Você tem razão. O missão de qualquer projetista é antever o improvável e todas as variáveis possíveis para que o seu produto ofereça o máximo de segurança possível. São lições aprendidas que deveriam ser usadas pela indústria para tornar cada vez mais seguro seus produtos. Talvez por ser algo atípico eles não tenham dado ainda a verdadeira importãncia, até poque são vidas que são perdidas. Quem sabe esses amigos do seu primo não poderiam iniciar um movimento juntos aos fabricantes para evitar novos acidentes? Eu acho a iniciativa fantástica e se eles abraçarem a ideia, pode contar comigo para divulgar.